Cansados da exploração que são
vítimas, os trabalhadores da Guaraves, maior abatedouro industrial
da Paraíba, situado na cidade de Guarabira, entraram em greve na
madrugada desta quarta-feira (04/09) por melhores condições de
trabalho.
Em reuniões organizadas pelo Movimento
de Luta de Classes, os trabalhadores organizaram a pauta de
reivindicações e numa ação que durou todo o dia da quarta marcou
história no movimento sindical da cidade e da região.
Eram 4 horas da manhã quando os
primeiros trabalhadores cruzaram os braços na frente da empresa
enfrentando a forte chuva que caía nesta madrugada. Em poucas horas
o movimento já recebia a adesão de mais de 100 trabalhadores que,
confiantes na luta, permaneceram firmes durante todo o dia, na frente
da empresa, até que uma comissão do movimento fosse recebida pela
empresa.
Várias foram as denúncias feitas
pelos grevistas que receberam o apoio da população da cidade que em
toda a manhã expressou solidariedade ao movimento através das
rádios da cidade. Representantes do SINDLIMP, STIUPB, SINTRICOM e
CUT estiveram presentes no piquete em frente a empresa engrossando as
fileiras da greve.
Já passava das 3 da tarde quando a
comissão foi recebida pela empresa. Muita apreensão e expectativa
se verificava na fisionomia dos grevistas que passaram por cima do
assédio moral da empresa que em diversas vezes quis intimidá-los
chamando a polícia e tentando impedir a participação do MLC na
comissão que seria recebida. Entretanto, a decisão foi unânime em
exigir a presença do Luta de Classes na comissão.
Após algumas horas de negociação a
assembleia, realizada na porta da empresa, ouviu da comissão o
informe de que todas as reivindicações do movimento foram
atendidas, dentre elas estava o fim do banco de horas, garantia de
intervalo para os trabalhadores utilizarem o banheiro, fim do assédio
moral por parte dos supervisores, além de, no prazo de 60 dias se
apresentar uma proposta de pagamento de adicional de insalubridade de
acordo com laudo a ser solicitado a Superintendência do Trabalho e
Emprego.
Com palmas e palavras de ordem os
trabalhadores encerraram a greve dispostos a continuar a luta rumando
inclusive, para a construção de um sindicato específico para a
cidade de Guarabira.
Emerson Lira
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