Eduardo Galeano
O Assédio Moral é fruto de uma discussão atual, embora o
fenômeno seja tão antigo quanto o próprio trabalho. Em nosso país a primeira matéria referente ao tema foi
publicada no jornal folha de São Paulo em 25 de novembro de 2000, em uma
dissertação de mestrado realizada por Margarida Barreto, assim como o primeiro
livro, também escrito no mesmo ano, intitulado Dando a Volta Por Cima. No livro
o autor retrata as várias faces da opressão de quem é alvo de assédio, as
estratégias do opressor, os danos que podem prejudicar a saúde, a vida
psíquica, familiar e social. Já o primeiro Estado ao adotar legislação
específica sobre o assunto foi o Rio de Janeiro em 2002.
Mas o que é mesmo Assédio Moral?
Segundo Margarida Barreto pode ser conceituado como uma conduta
abusiva (gestos, palavras, comportamentos, atitudes...) que atente, por sua
repetição ou sistematização, contra a dignidade ou integridade psíquica ou
física de uma pessoa, trazendo como consequência, a degradação do ambiente de
trabalho, a vulnerabilidade e desequilíbrio da vítima, dentre outras.
Este tipo de opressão
não está isolada na sociedade, é fruto de um conjunto de fatores, tais
como, a globalização que visa somente à produção e o lucro, incentivando a
competição opressora através do medo, violência psicológica, humilhação e
constrangimento.
Reforçando o título deste texto, infelizmente, isso não é
algo novo na vida dos trabalhadores, é o reflexo do que acontece cotidianamente
na sociedade capitalista: o patrão sempre querendo ter benefícios próprios sem
pensar na coletividade e rebaixando o trabalhador. Essa é exatamente a lógica
do sistema- a luta de classes- caracterizando-se pelo antagonismo entre
opressores e oprimidos, uma batalha permanente que às vezes é visível ou
camuflada.
Acreditamos que a mudança dessa realidade histórica somente
será modificada com a união dos trabalhadores, na luta pelo seus direitos em
busca de uma nova sociedade, com igualdade, justiça e solidariedade.
Este texto reflexivo contempla o testemunho de três Trabalhadoras
em Educação do RS cuja luta recente no “chão da escola”, contra uma direção
autoritária e opressora, venceram o medo e a tensão e deram o exemplo que não
podemos aceitar injustiças.
Denise Pianetti (1), professora de matemática “ Há pouco
tempo eu e algumas colegas, mais especificadamente Odete Brauner e Fátima
Magalhães passamos por uma situação de Assédio, onde , onde entre tantas coisas
foi colocada a prova nossa integridade moral. Durante toda nossa luta percebi
que fibra e garra foi o que não nos faltou. Todas lutamos por justiça e
conseguimos vencer o assédio moral. Justiça foi mostrar que assédio é crime.
Justiça é mostrar que todo ser humano merece respeito.
Jussara Moura (2), professora de CAT “Essas mulheres
fizeram-se notórias e aguerridas em nossa caminhada contra o Assédio Moral. Com
união vencemos montanhas e a prática da justiça prevaleceu.”
Odete Brauner (3) monitora “Lutei pela justiça e pelo
respeito dos professores, funcionários e
alunos para que esta escola viva dias melhores e sem opressão.”
Fátima Magalhães e Lorena Teixeira Gomes - MLC e Movimento de Mulheres Olga Benário
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