As grandes
manifestações que tomaram as ruas do País em junho assustaram tanto a direita
quanto algumas forças políticas da esquerda.
Centenas de balas e de bombas foram atiradas nos
manifestantes. No total, mais de 1.000 pessoas foram presas e centenas foram
feridas e hospitalizadas. A repressão foi tão feroz que nem mesmo repórteres
dos jornais que clamaram por mais violência foram poupados.
Diante da brutal selvageria da polícia, a luta
contra o aumento das passagens transformou-se em luta política contra a
repressão e pela liberdade de expressão e de manifestação. Os protestos
cresceram e se espalharam pelo país afora, impulsionados também pela realização
dos jogos da Copa das Confederações em estádios caríssimos construídos com
dinheiro público, enquanto hospitais, postos de saúde e escolas se encontram em
péssima situação, como denunciaram criativos cartazes com os dizeres: “Queremos
saúde e educação padrão Fifa”.
O tiro saiu pela culatra, e também as balas de
borracha e as bombas de lacrimogêneo. A direita e seus meios de comunicação
ficaram encurralados. Em todas as capitais, mas também em cidades do interior,
os estudantes foram às ruas exigir redução dos preços das passagens, passe
livre, denunciar os gastos com a Copa da Fifa, o descaso com a saúde e a
educação, desafiar o poderoso aparelho de repressão. Uma manifestação no Rio
chegou a reunir mais de 1 milhão de pessoas e calcula-se que mais de dois
milhões de brasileiros foram às ruas em três semanas.
Como não conseguiram deter as manifestações com a
repressão, as classes dominantes passaram a afirmar nos seus meios de
comunicação que grupos de vândalos estavam saqueando lojas e depredando o
patrimônio público e privado. É claro que elementos ligados ao tráfico de
drogas se aproveitaram da situação para roubar algumas lojas. Mas assaltos a
restaurantes, arrastão e roubos ocorrem com ou sem manifestações. A bem da
verdade se for realizada uma análise rigorosa, ver-se-á que durante as
manifestações houve uma redução da criminalidade.
Ademais, as depredações que porventura ocorreram,
foram, sem dúvida, bem menores do que a causada pela realização da 11º rodada
de leilões da Agência Nacional de Petróleo (ANP), um prejuízo calculado em R$
1,5 trilhão, sem contar a afronta à soberania nacional.
Aliás, há saque maior que gastar metade do Orçamento
da União, do Governo Federal, para pagar juros aos banqueiros e especuladores
da divida pública? E o que dizer de entregar bilhões para as montadoras de
automóveis e nada investirem para melhorar o transporte público, num país onde
a imensa maioria da população usa ônibus, trem ou metrô?
Há vandalismo maior que exibir sem nenhum pudor, na
TV, milionários em carros luxuosos, bebendo champanhe em taça de ouro, gastando
R$ 700 mil em joias e colocando seus cães em creches com aulas de natação, como
faz o programa Mulheres Ricas, da TV Bandeirantes, quando a imensa maioria da
povo brasileiro faz apenas uma refeição por dia e vive na pobreza? E o que
dizer da violência de um sistema econômico que eleva os juros para aumentar os
preços e, assim, impedir que o povo compre o que ele precisa.
Lições das ruas
Não há porque desconfiar ou temer a juventude. Toda
a história da humanidade e do nosso próprio país revela que a juventude é uma
força progressista e revolucionária. Esteve à frente de todos os grandes
movimentos da luta pela nacionalização do petróleo, pelo fim da ditadura etc.
Não será agora que ela irá desapontar os trabalhadores e a nação. Não, isso não
ocorrerá, principalmente, se não a abandonarmos às balas e às bombas dos
fascistas comandantes da Policia Militar. De toda maneira, vale a pena lembrar
aqui as palavras de Emile Zola:
“Aonde vão vocês, jovens, aonde vão, estudantes, que
correm em bandos pelas ruas manifestando vossas cóleras e entusiasmos, sentindo
a imperiosa necessidade de lançar publicamente o grito de vossas consciências
indignadas? Vão a busca da humanidade, da verdade, da justiça!” (Carta à
Juventude).
Conjuntura
Internacional: ²
Passados cinco anos desde a explosão da atual crise
econômica do sistema capitalista, seus efeitos continuam presentes nos
distintos países do planeta, com maior ou menor intensidade em uns e outros.
O que mais se destaca dela, nos últimos meses, é a
resposta dada pelos trabalhadores, a juventude e os povos às medidas econômicas
implementadas pelos governos burgueses e pelos organismos financeiros
internacionais com o suposto afã de superá-la. Para a burguesia, fica cada vez
mais difícil descarregar a crise sobre os ombros dos trabalhadores porque estes
têm uma melhor compreensão que a crise deve ser paga por aqueles que a
provocaram.
A Europa é um exemplo vivo da enorme
e constante mobilização social contra os programas econômicos neoliberais;
nela, a classe operária e a juventude desempenham papéis memoráveis.
Entretanto, o velho continente não é o único ponto do planeta onde os governos
de plantão e as classes dominantes no poder são alvos de protesto: o Norte da
África, Ásia e América Latina são também cenários de importantes lutas.
A luta dos
povos árabes tem adquirido particular importância. Combativas demonstrações de
força derrubaram odiosas tiranias aliadas ao imperialismo, a exemplo da Tunísia
e do Egito, e foram o estopim de ações combativas das massas trabalhadoras em
outros países da região, como o Bahrein, Iêmen, Jordânia, Marrocos e Argélia.
Na América Latina, após um período de inflexão da
luta social produzido particularmente nos países governados por regimes
qualificados de “progressistas”, assistimos a um novo despertar da luta das
massas trabalhadoras que ultrapassa as fronteiras nacionais e anima a luta dos
povos irmãos. Combatem por salários dignos, educação, saúde, pelo pão, por
democracia, direitos políticos, em defesa da soberania, dos recursos naturais,
contra a corrupção, enfim, batalham pela vida, por liberdade!
Nestas contendas coincidem os povos dos países nos
quais a burguesia abertamente neoliberal ainda se mantém no poder, assim como
os regidos pelos denominados governos “progressistas”. Em uns e outros
governos, além das óbvias diferenças que não podemos perder de vista, há também
muitos aspectos coincidentes. É difícil diferenciar, por exemplo, a Lei de
Segurança Cidadã colombiana da sua similar equatoriana ou das reformas ao
Código Integral Penal deste mesmo país, que penalizam o protesto social; pouco
ou nada destoam as reformas trabalhistas de evidente conteúdo neoliberal
aplicadas no México com as existentes no Brasil, ou as denominadas leis
antiterroristas que são executadas na Argentina, no Peru, etc.
Tanto os governos “progressistas” como os
neoliberais apostam no extrativismo (saque dos recursos naturais) como via de
desenvolvimento, de progresso e bem estar, mas que bem ensina a história é o
caminho para a consolidação da dependência estrangeira, da pauperização dos
povos e da irremediável destruição da natureza. Concordam também esses governos
no impulso de reformas jurídicas e institucionais em prol de uma dinamização da
institucionalidade burguesa, necessária para os novos processos de acumulação
capitalista e, além disso, orientadas ao controle social e à criminalização dos
protestos populares.
A partir de concepções políticas distintas, mas não
irreconciliáveis, as facções burguesas à frente destes governos concorrem a
processos de modernização do capitalismo, com o que aspiram provocar maiores
níveis de acumulação para as oligarquias nativas e melhores condições para
participar no mercado capitalista mundial.
As mudanças que se desenvolvem na América Latina e
no Caribe não são outra coisa que um desenvolvimento do capitalismo. Em alguns
casos são uma superação ao neoliberalismo, mas de nenhuma maneira uma negação
do sistema imperante, pois não põem fim à propriedade privada sobre os meios de
produção, não acabam com o domínio dos banqueiros, empresários e
latifundiários.
Contra
as intervenções militares do Imperialismo no oriente médio e à Autodeterminação
dos povos!
Desde
o atentado terrorista de 11 de setembro de 2001 (com a anuência da Companhia
Central de Inteligência – CIA), os EUA começaram uma nova escalada de guerras e
terror pelo oriente médio. Já se passaram mais de 12 anos e a única coisa que
ficou claro aos olhos do mundo é que as guerras, ora provocadas pelos EUA, ora
pelos irmãos siameses da Europa, tornou-se uma guerra por recursos naturais.
Especialmente por petróleo.
A
mais recente investida do império norte americano é a Síria, onde mundialmente
a imprensa, hegemonizada pela CNN e suas reprodutoras de notícias nos distintos
países, chama exércitos mercenários de rebeldes, financiados e armados pelos
EUA e treinados por Israel e pela Al-Qaeda, tentam de toda forma tomar o poder
e entregar os recursos naturais daquele país aos países imperialistas que já
tentam garantir sua fatia do bolo.
Por
isso, nós, do Movimento Luta de Classes – MLC,
erguemos bem alta a bandeira do internacionalismo entre os trabalhadores,
contra a espoliação das riquezas naturais e pelo direito a autodeterminação dos
povos
Conjuntura
Nacional: ³
Com a eleição de Dilma (PT) para a
presidência do Brasil em 2010, continuidade do Governo Lula eleito em 2002,
perpetua a decisão de não realizar nenhuma ruptura com o sistema imperialista,
nem reestatizar as estatais privatizadas, e ainda garantir os privilégios ao
grande capital financeiro e livre ação para os monopólios internacionais na
economia brasileira. Nesse período se constatou um impressionante processo de
desnacionalização e de desindustrialização da economia brasileira.
Números do
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MIDIC) revelam
que na lista das 50 maiores exportadoras, 22 são empresas de alimentos (grãos,
carnes, suco de laranja, açúcar), combustíveis (etanol), insumos (sementes),
produtos como celulose e papel, entre outros, e, pela primeira vez desde 1978,
a exportação de produtos básicos (commodities) superou a exportação de
manufaturas.
Outra comprovação da desindustrialização da economia
brasileira é revelada no aumento do déficit industrial: entre 2005 e 2010 este
déficit passou de US$ 31 bilhões para US$ 34 bilhões de valor negativo. No
total, o déficit no comércio exterior de bens industriais alcançou US$ 65
bilhões. (Luiz Gonzaga Belluzo e Júlio de G. de Almeida, Carta Capital).
Tal fenômeno levou alguns economistas da Comissão
Econômica para a América Latina da ONU (Cepal), a denominarem esse processo de
“reprimarização” da economia, isto é, retorno ao modelo que caracterizou a
exploração do Brasil e demais países latino-americanos durante o período
colonial.
Governo Dilma dá continuidade ao pagamento da dívida, às
privatizações e aos leilões do petróleo.
Em 2012, o
Governo Federal gastou R$ 753 bilhões com juros e amortização da dívida pública, o que totaliza R$ 45 bilhões
a mais do que 2011 e atingiu o impressionante valor de R$ 2.8 trilhões e
consome 44,93% dos recursos do Orçamento da União, segundo a Auditoria Cidadã
da Dívida do Brasil.
Seguindo a
lógica do neoliberalismo, que na era FHC foi responsável pelo maior roubo da
história do Brasil, o governo Dilma, ao invés de reestatizar, continua
privatizando.
A dilapidação
do patrimônio público é regra, vamos citar como exemplos nossos aeroportos e o
nosso petróleo.
O governo vai entregando nosso espaço
aéreo "passo a passo" através do programa de concessão de aeroportos
à iniciativa privada, sem freios a privatização vai além de Guarulhos,
Viracopos (SP), Brasília, Galeão (RJ) e Confins (MG). A estratégia entreguista
do governo é tirar a importância da estatal Infraero, que controlava o setor
até o ano passado, e torná-la anã no setor, cuidando apenas dos aeroportos de
menor importância.
Já no que diz respeito ao petróleo,
segundo o próprio governo estamos diante da maior entrega do nosso patrimônio,
um crime lesa-patria, quando sabemos que se trata de fonte de energia escassa e
a mais estratégica para o futuro, segue declaração do Ministro Pimentel em entrevista à BandNews FM.
"O governo
colocou em oferta pública o maior pacote de concessões na história do Brasil.
Nem no tempo do Império, da Colônia, houve uma oferta tão grande. Então o
objetivo nosso aqui é mostrar isso ao investidor americano, às grandes
empresas, aos grandes bancos e fundos",
Só numa estimativa inicial o Campo de Libra teria 12
bilhões de barris, que renderiam a preços de hoje, logo estimativa
subvalorizada, dado ao aumento progressivo pela escassez, algo em torno de U$$
1,5 trilhões.
A
saída para a crise
Nesse cenário, vastos setores da classe
trabalhadora, dos povos e da juventude buscam alternativas e caminhos. Aos
revolucionários, socialistas e suas entidades de classe cabe jogar um papel
mais dinâmico, denunciar a natureza da opressão e da exploração, esclarecer a
natureza de classe dos conflitos, a traição da burocracia sindical, da
aristocracia operária, e a ação dos oportunistas.
Nesse
processo, é indispensável desenvolver o sindicalismo classista, a unidade do
movimento operário e sindical, a unidade na ação e no programa. Devemos
trabalhar pela unidade do movimento popular, pela incorporação à luta das
massas camponesas, da juventude e dos povos oprimidos. Em uma só frente,
devemos enfrentar o capitalismo e o imperialismo e levantar a bandeira do
Socialismo.
Nosso norte deve ser o Socialismo! Por um verdadeiro
processo revolucionário, apoiado na unidade dos trabalhadores, dos camponeses,
da juventude, das mulheres, e na tradição libertária dos povos. Esse deve ser o
nosso compromisso.
Contra
à violência a mulher!
As mulheres estão submetidas tanto em nosso país, como em grande parte
do mundo, a uma violenta opressão e exploração. Somente em nosso país 5.700
mulheres são assassinadas por ano. Mais de 50.000 foram vítimas de estupros em
2012 e cerca de 300 morrem em decorrência de abortos mal sucedidos. A
violência nas escolas atinge diretamente as mulheres, já que estas são a
maioria dos trabalhadores da educação básica.
O tráfico de
mulheres é cada vez maior e, ainda, sofre com a exploração, abusos e assédio
dos patrões e todo o mesquinho e pesado trabalho doméstico. Desse modo, a
propaganda de que as mulheres têm plenos direitos e, esta é emancipada, não
passa de uma grande mentira da burguesia e de seus meios de comunicação.
Abaixo a violência
econômica!
Hoje, além de
assumirem todo o trabalho de casa como: cuidar dos filhos, fazer comida e a
limpeza; as mulheres trabalham fora de casa, recebendo salários menores que os
dos homens, aumentando a discriminação econômica. A inexistência de creches,
lavanderias e restaurantes coletivos, aumentam a pesada jornada de trabalho.
As professoras tem
que trabalhar em várias escolas para poder sobreviver. As merendeiras, por
exemplo, são bastante exploradas tendo que carregar panelas pesadas por não ter
funcionários suficientes para dividir as funções, assim como as funcionárias da
limpeza.
O SEPE, um sindicato que tem uma base composta
majoritariamente por mulheres, deve garantir maior debate das pautas
especificas. Implementar um efetivo combate ao machismo e todos os tipos de
assédio que ocorrem no interior das escolas. Construindo a emancipação da
mulher, não apenas do machismo, mas de todas as formas de exploração do homem
pelo homem.
A Meritocracia e o Culto ao
Individualismo!
Vivemos em uma
sociedade cujo princípio moral é “Primeiro cuida de ti, para depois pensar nos
outros”. Todo nosso sistema econômico é baseado na exploração do homem pelo
homem, tornando impossível a melhoria da vida de todas as pessoas. Assim, para
manter a ilusão nesse regime econômico, a burguesia procura convencer a maioria
explorada de que o segredo do sucesso é “não se importar em pisar nas outras
pessoas nem com o sofrimento de ninguém”.
Variadas são as
formas, tais como filmes, novelas, canções, revistas e jornais, escolas e
universidades, que a burguesia utiliza para propagandear essa sua moral.
Vejamos o exemplo claro dessa ideologia sendo propagada na educação pública no
estado e município do Rio de Janeiro.
O prefeito Eduardo Paes e o governador
Sérgio Cabral, ambos do PMDB, a fim de melhorar o índice de avaliação da
educação a qualquer custo são responsáveis por bônus e gratificações aos
professores que mais atingirem as metas de aprovação em conjunto com entrega de
laptops e etc... para aqueles estudantes que mais se destacam. Criando uma
divisão entre os professores e os estudantes.
Mas
o que é real?
A situação que atravessa a educação no
Rio de Janeiro e Brasil, não é nova. Violência física e verbal contra
professores, funcionários das escolas e estudantes; baixos salários, jornadas
extensas de trabalho; superlotação de salas de aula; falta de material
pedagógico; autoritarismo de algumas direções; inexistência de planos de
carreira e de concursos públicos; grades e mais grades, que fazem das escolas
espaços não agradáveis, mas espaços que mais se parecem com prisões. Estes são
alguns dos problemas que enfrenta a escola pública atualmente.
O que observamos é que, tanto no
Estado, como no país, prevalece uma lógica economicista e empresarial a fim de
aumentar a produtividade das escolas, aumentar a aprovação e reduzir os custos.
Ao mesmo tempo em que os governos promovem o sucateamento da educação, a
iniciativa privada invade as escolas públicas, transvestidas de “parceiros da educação”. Pois, o dinheiro deve sobrar
para ser investido em outras áreas em que prevalece o interesse dos
empresários.
Mas por que as coisas
são assim?
Investir em educação não parece ser,
como mostram os dados, interesse do Estado. Como bem escreveu Lênin, no livro O Estado e a Revolução, o
Estado é o aparelho de dominação de uma classe sobre a outra. Desta maneira,
vivendo sob o capitalismo, o Estado é o aparelho de dominação da burguesia
sobre os trabalhadores. A burguesia utiliza-se das mais variadas formas de
oprimir e explorar os trabalhadores para conseguir se manter no poder e uma
dessas formas é o que faz com a educação pública.
Uma juventude que receba uma educação
de qualidade, na qual aprenda a pensar criticamente, a questionar a situação na
qual vive, não é o interesse dos patrões. Imaginem se todos os trabalhadores se
dessem conta de que, enquanto recebem míseros salários, seus patrões enriquecem
às suas custas? Imaginem se os jovens aprendessem na escola toda a história de
luta de nosso povo contra as injustiças; toda a história de luta da
juventude? Por isso não é natural encontrarmos a educação nesta situação.
É intencional privilegiar o interesse de meia dúzia de capitalistas e reservar
pouquíssimo do orçamento público para a educação. É intencional que tenhamos
milhares de analfabetos e jovens abandonado os bancos escolares.
A resposta dos
professores!
Milhares de professores, trabalhadores
de escolas e estudantes foram às ruas protestar contra essa situação, dando uma
verdadeira aula a todos aqueles que dizem que nosso povo é acomodado.
Suas salas de aulas foram transferidas
para as avenidas de mais de uma dezena de capitais brasileiras e não apenas os
estudantes, mas todos os trabalhadores brasileiros puderam aprender a lição que
tinham para ensinar: a educação pública está mal e somente à luta pode
salvá-la. Essa lição foi ensinada sem giz e com muita combatividade.
Os Estados do Ceará, Goiás, Bahia,
Espírito Santo, Sergipe, Santa Catarina, Minas Gerais, Mato Grosso, Rio Grande
do Norte, Paraná, Rio de Janeiro, Amapá e Pará realizaram greves em 2011. Isso
sem falar nas inúmeras paralisações e manifestações não apenas nestes, mas em
praticamente todos os Estados brasileiros.
Os profissionais de Educação do
município do Rio de Janeiro, que não faziam greve há muitos anos, conseguiram
adesão de mais de 80% da rede. Realizaram grandes assembleias e passeatas,
chegando a ter até 20 mil profissionais marchando pelas ruas da cidade.
Lutamos por educação
pública e gratuita
A educação pública precisa de mais
investimentos. Portanto, apenas dizer que se defende 10% do PIB para educação
não ajuda. É preciso que se mostre de onde esses recursos devem ser retirados e
como serão utilizados. Ou seja, da enorme fatia que vai para o pagamento da
dívida pública, para o pagamento de juros a bancos e grandes empresas. Segundo
a Auditoria Cidadã da Dívida, em 2010, enquanto 44,93% do PIB brasileiro foi
utilizado para o pagamento de juros, amortizações e refinanciamento da dívida
pública, apenas 2,89% foram destinados à educação
Além disso, os professores, todos os
trabalhadores da escola, comunidade e os estudantes são quem devem decidir como
a escola deve ser. Como querem aprender e o que necessitam aprender e ensinar.
Por tudo o que foi dito a luta não é e
não pode ser apenas dos trabalhadores da educação. A luta em defesa da educação
pública é a luta contra as privatizações. É a luta pelo direito à greve. É a
luta pelo direito que os milhões de jovens têm de receber uma educação de
qualidade e os educadores de ter condições dignas para realizar tal tarefa. É a
luta em favor de que o dinheiro público, o dinheiro que é fruto da riqueza
produzida por trabalhadores e trabalhadoras, seja usufruído por estes e
utilizado em suas necessidades básicas, como saúde e educação.
Pelo
respeito à vontade da maioria!
No atual regime proporcional, a composição da
diretoria do SEPE/RJ estabelece uma gestão composta por membros de todas as
chapas e, a divisão de cargos é realizada de acordo com os percentuais obtidos
por cada grupo concorrente. Desta maneira, se uma chapa obtém 50% dos votos
válidos, ocupará 50% dos cargos de diretoria.
Dessa forma não é possível identificar claramente os
responsáveis pela condução politica, administrativa e financeira do sindicato.
A Majoritariedade determina que a chapa vitoriosa do
processo eleitoral, isto é, a que obtiver o maior número de votos dentre as participantes,
ocupará, em sua totalidade, os cargos e responsabilidades da diretoria, sendo a
única responsável por construir a gestão.
O Movimento Luta de Classes – MLC
defende a majoritariedade nas eleições para a diretoria por entender que é
necessário responsabilizar as lideranças pelas posições que levam a categoria
ao sucesso ou a derrota. Acreditamos que as divergências devem ser tratadas em
seus respectivos fóruns, apresentando à categoria o que houver de melhor em
suas formulações para que a categoria unida, soberana e democraticamente decida
qual o rumo da luta.
Chega
de engessamento interno no SEPE! A base tem que ter confiança em seu sindicato,
e isso pressupõe o respeito à vontade da maioria!
Pelo
direito a memória, verdade e Justiça!
Não
a criminalização dos Movimentos Sociais!
Esse ano que se inicia completará dois anos da
instalação da Comissão da Verdade Nacional. Nesse período avanços positivos
foram notados, porém ainda está longe de cumprir com seu papel. E, parte
fundamental, deve-se ao movimento sindical que pouco participou e ajudou
avançar na luta política pela elucidação dos crimes da ditadura Civil-Militar,
que assolou nosso país por 21 anos.
Recentemente, em meios às
manifestações de junho um caso de desaparecimento veio a tona, o do operário da
construção civil Amarildo. Após, mais de dois meses de investigação e apuração
dos fatos, constatou-se a verdade. Amarildo foi torturado e morto, nas
dependências da UPP da rocinha, comunidade onde morava.
Para nós do Movimento Luta de Classes – MLC, a elucidação, julgamento e prisão
dos torturadores da ditadura não são apenas para que estes paguem por seus
crimes, mas, que também, essa prática hedionda seja abolida de nossa sociedade.
Pois, como podemos observar a prática da tortura continua viva e matando
trabalhadores até o dia de hoje.
Para que não se esqueça! Para
que nunca mais aconteça!
Venha
para o MOVIMENTO LUTA de CLASSES !
Basta
de exploração, vamos à luta!
O Movimento Luta de Classes (MLC)
surgiu da necessidade dos trabalhadores lutarem por seus direitos e, hoje, está
organizado em vários estados. Nossa tarefa principal é transformar o sonho dos
trabalhadores de viver num país honesto e justo. Para isso, é necessário que o
MLC cresça; seja implantado em diversas categorias e se fortaleça o mais rápido
possível como uma corrente de pensamento e ação no movimento sindical
brasileiro, construindo um sindicalismo classista capaz de obter vitórias na
luta por uma sociedade livre da exploração do homem pelo homem, a Sociedade
Socialista.
Esse trabalho adquire uma
importância ainda maior hoje, quando atravessamos a pior crise do capitalismo,
período este que os patrões utilizam para retirar direitos conquistados por
décadas de luta pelos trabalhadores. Por isso, é preciso a organização dos
trabalhadores na defesa de seus direitos contra os exploradores e seu modelo
econômico que garante fortunas para os capitalistas e desemprego e baixos
salários para os trabalhadores.
Portanto, é preciso se organizar e
lutar, lutar e se organizar!
Para colocar essas ideias e propostas em ação, convidamos
você e seus companheiros de trabalho a ingressarem e construírem, junto
conosco, esta corrente de ação sindical com o objetivo de contribuir na luta
para transformar o Brasil numa nação digna e soberana.
Viva a luta dos trabalhadores! Abaixo o capitalismo! VIVA o
SOCIALISMO!
¹A pátria das
manifestações”(Texto de Luiz Falcão – Jornal A Verdade)
²Avaliação
da Conferência “Problemas da revolução na América Latina”. Quito, Equador,
julho de 2013.
³
Programa do PCR para a Revolução Socialista brasileira. Edições Manoel Lisboa,
2013.
Assinam essa Tese a Coordenação Nacional do Movimento Luta de
Classes (MLC), e os
militantes da base da educação estadual e municipal do Rio de Janeiro.