Os candidatos aprovados no último concurso da Educação do Estado de
Alagoas, ocorrido no ano passado, estão revoltados. A causa da
indignação dos professores aprovados é que não estão sendo convocados
para os cargos. Um “apitaço” dos professores não convocados aconteceu na
manhã desta quinta-feira (27) em frente ao Palácio República dos
Palmares, sede do Governo de Alagoas, no Centro de Maceió, cobrando
nomeação de todos os aprovados.

O professor Magno Francisco da Silva participou do protesto e se
mostrou insatisfeito com o ensino público estadual. Segundo o professor,
o concurso oferecia 1800 vagas, sendo aprovados mais de 2000
candidatos, o que significa um cadastro de reserva. “A situação da
educação pública em Alagoas é caótica. Lutar para que os professores
sejam convocados é a luta para que a educação seja de maior qualidade no
Estado, principalmente para a população de baixa renda”, disse o
professor à reportagem do Tribuna Hoje. O protesto recebeu o apoio do Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Alagoas (Sinteal).
Magno Francisco expressou a desigualdade que existe entre professores
e monitores no Estado. “O número de monitores é de 60% em cada escola
estadual. Existe carência de professores. Em 2005, ano que aconteceu o
penúltimo concurso da educação do Estado, ainda existe profissionais que
não foram chamados”, afirmou Magno. O professor completa a fala sobre o
assunto dizendo que nessa quarta-feira (26) foram nomeados cerca de 220
monitores que foram aprovados em um concurso de títulos. “Ao invés de
chamar professores, veja que contradição, chamaram monitores”, desabafou
Magno.
Cerca de 150 profissionais da educação se aglomeraram em frente ao
Palácio República dos Palmares na manhã desta quinta-feira. Os
professores cobravam uma reunião com o governador Teotonio Vilela para
resolver a situação.
Reunião
Estiveram presentes na reunião representando o Governo do Estado o
governador Teotonio Vilela Filho e o secretário da Gestão Pública,
Alexandre Lages. As categorias presentes (Sinteal, Sintagro, Sindprev,
Sindpol, Sinduneal e Sintuneal) reivindicaram aumento salarial, enquanto
os aprovados no concurso argumentaram pela convocação dos mesmos.
Alexandre Lages afirmou que “serão convocados apenas 1730 nesse
primeiro momento, pois é o que temos de carência sabida até agora”. O
número de carência ainda não é oficial e a Secretaria de Estado da
Gestão Pública (Segesp) irá fornecer este número em tempo hábil.
Os manifestantes se reunirão nesta sexta-feira (28) no Sindipetro, no
bairro do Centro, onde irão redigir uma ação de impedimento da nomeação
de monitores que foi divulgada no site da Segesp na quarta-feira (26).
Caso a ação seja mantida, um ato será organizado para a entrega da ação
ao Ministério Público.
Além disso, um documento será redigido pela categoria e levado na
Segesp. O secretário deve assinar este documento comprometendo o governo
a fazer a convocação e nomeação dos aprovados de acordo com o número
real de carência. Um possível ato na porta da secretaria ainda será
decidido em reunião.