
As duas maiores empresas do setor de teleatendimento no Brasil, duas das maiores exploradoras do setor no mundo (2ª Atento e 4ª maior do mundo Contax), acharam que poderiam deixar os trabalhadores sem respostas a pauta de reivindicações apresentada pelo Sinttel-Rio. O resultado não foi outro, paralisação neles!
O diferencial desta campanha, denominada pelo sindicato de “Ano da Virada” é a mobilização da categoria. Em todos os Call-Center só se fala nisso: “Também queremos parar, chega de exploração!”.
No site da Atento em Madureira zona norte do Rio, cerca de 800 trabalhadoras e trabalhadores aderiram ao movimento e enquanto aguardavam pelos resultados da negociação realizada pela comissão de trabalhadores e o Sinttel-Rio, decidiram realizar uma passeata pelas ruas do famoso bairro carioca. As palavras de ordem criadas nas paralisações anteriores foram utilizadas e uma animada equipe com a criatividade a mil, tratou de realizar lançamentos: “Ôôôôôôô Eu quero ganhar o salário do Gestor ÔÔ!” dando o tom de alegria e combatividade do ato.
De volta à porta do site, recebemos o informe de que a empresa havia cedido e a reunião para a negociação da pauta foi marcada para o dia 10 de dezembro. Restava saber sobre as ameaças de sanção que supervisores, coordenadores e gerentes realizaram aos montes durante toda a manhã. A proposta dos trabalhadores era de que além de não sancionar ninguém, as horas paradas deveriam ser abonadas, a empresa se comprometeu a não punir ninguém e que esse abono das horas paradas seria discutido na negociação salarial no dia 10, e que até lá ninguém pagaria as horas. Diante do atendimento das condições reivindicadas pelas trabalhadoras, ás 11:45 a assembleia aprovou por unanimidade a volta ao trabalho.
Estamos aprendendo muito nesta campanha salarial, muita gente sabe que a empresa está errada, mas não conhece os caminhos para conquistar a melhoria no salário e nas condições de trabalho. A confusão entre paralisação de advertência e greve ainda é muito grande. É preciso ser inteligente e ir pressionando as empresas, ao mesmo tempo nos preparando para a luta. Se os patrões duvidam da nossa força e não aumenta o salário ou se recusa a negociar, nós provamos pra eles a força que temos. Mostramos que quem produz o lucro somos nós que trabalhamos. A lógica se inverte e quem passa a ter medo são eles.
Chega de dizer que é impossível!

Principais itens:
Piso salarial de R$ 1.099,00;
Vale refeição / Alimentação de R$11 para jornada de 6h;
Vale refeição / Alimentação de R$22 para jornada de 8h;
Redução de jornada de 220 para 200 horas;
Pausa 10 a cada 50 minutos trabalhados;
Fim do prazo de 72 horas corridas para entrega de atestado médico;
Redução dos descontos de VA/VR e VT;
Fim das metas abusivas.
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